Hoje é o dia, primeiro show da turnê. Estamos todos ansiosos! Manhã corrida, muita coisa pra fazer, alguns acordaram cedo, outros, já bem tarde, café da manhã gostoso. Corremos para a Praça São João Batista (Praça da Igreja), como é conhecida pelo povo de Ribeirão Cascalheira. O palco já montado desde ontem, recebeu hoje, ajustes de cenário e de luz, o Fernando (cinegrafista) está gravando cada passo dessa montagem. A praça está cheinha de meninos e adolescentes apresentando poesia e música, pois, hoje é também, o aniversário da cidade. Geovanna fotografa cada momento.
Adalto, Nariel, Uirá e Luciano estão na correria da montagem, Chris na correria do sítio que ainda não ficou pronto, do blog e dos pepinos gerais, Marize, Flávia e Ana Laura nos arremates do cenário e dos figurinos. E eu, escrevo. O Anthony chegou aqui com a Alessandra (Leleca), sua filha, que está linda! Uma entrevista foi marcada com o Triêro e convidados (Smith, Alemão e Volta Seca) para as 15:30h, antes da passagem do som, no mesmo horário, sairei para o depoimento de Dona Frutuosa sobre a história da cidade de Cascalheira, precisamos e estamos fazendo nesta turnê, uma busca pela história, pela memória e pela identidade das cidades pelas quais estamos passando, isso é de extrema importância para o nosso trabalho e para que possamos manter um vínculo de respeito e compreendimento dessas cidades tão próximas, e tão diferentes em um mesmo estado.
As pessoas estão tomando as cores e as formas do que são, como uma luz que brota de dentro e diz: ‘Eu sou assim como sou porque gosto e quero, por prazer!’. A Nariel , por exemplo, pequenina e branquinha, de ascendência ucraniana, só podia ser iluminadora, pela luz clara que ela mesma inspira. O Fernando, de sorriso tímido e poucas palavras, (um típico paulistano no jeito de falar e andar), só podia ser cinegrafista, com seu olhar amplo e captador, já o Tchuca Jr. De ascendência Cherokee ( índios da América do Norte, mais precisamente do Texas nos Estados Unidos), é enorme e de longos cabelos, tem uma voz de trovão e um coração bondoso e derretido, é técnico de som, eu tenho certeza que ele vira urso, ele sempre nega, mas eu sei que vira! E assim todos os outros que irei decifrando com o tempo…
À noite, entre luzes e sombras, o show foi fantástico, apesar do pepino gigante que amargamos: a luz não funcionou. A Nariel, o Adalto e o eletrecista Ronaldo estavam tensos e ralando pra cacete. Os ânimos entraram em polvorosa, todo mundo nervoso, fumando como ‘puta largada’ e quase chorando.
Mas, o espetáculo não pode parar, e eis que de repente, chegam crianças, adultos e adolescentes e a festa foi mais bonita do que imaginávamos, apesar das falhas do primeiro dia, a festa foi linda. As pessoas adoraram, voltamos para casa cansados, mas felizes!
Frases do dia:
Geovanna: Nada como um passo depois do outro.
Karol: Carolho! Que dor é essa?
Pedro: Há sempre uma luz no fim do túnel!
Chris: Pensei que ia “fudê’ tudo!
Luciano: Vou cuspir fogo!
Diogo: De que vale o dinheiro se temos boas amizades?
Nariel: Onde é que eu amarrei meu jegue? Vida de peão né mole não!
Alemão: Tudo bem aqui, e aí, tudo bem? Demora mais pra montar do que pra tocar!
Anthony: Acabo de desenrolar os cabos!
Smith: Quem é meu nome?
Fernando: Tudo é possível!
Uirá: Luz é foda!
Tchuca: Caramba, que calor! Queria que o dia tivesse 48 horas! Pra inveja e olho gordo, trabalho e perseverança!
Adalto: Eu fui pau pra toda obra!
Cezinha: Se chover eu vou chorar!