ribeirão cascalheira

Dia 5 – Tem, sim senhor!

Acordar bem é bom demais! Depois da note de ontem, então… todo mundo de bom humor, bom café da manhã, preguiça boa de uma manhã de descanso. Mas, à tarde tem espetáculo? Tem sim senhor! Cortejo e teatro de bonecos com a Cia. Volta Seca. Tem ainda a canseira da desmontagem do som e da luz, é barra, mas, como temos homens fortes, os homens do próprio grupo… tudo flui com músculos, suor, força e bom humor no sol quente.

Dia de desmontagem e cortejo. O Triêro está ministrando a oficina de flauta de bambu, enquanto a Marize, a Flávia, e a Ana Laura organizam os materiais e os figurinos para o espetáculo de mais tarde enquanto ainda, fazem os docinhos e preparam a festa da Leleca. Chris, Nariel, Smith, Adalto, Luciano, Alemão, Uirá e eu, ficamos por conta da tal desmontagem. Contamos ainda com dois companheiros cascalheirenses para a desmontagem das estruturas. Fernando e Geovanna, filmando e fotografando a oficina.

O cortejo foi lindo! A criançada adorou fazer e tocar flautas de bambu, esse trabalho foi desenvolvido no colégio Estadual Coronel Ondino Rodrigues de Lima, e a meninada saiu pela cidade fazendo cortejo encantados com o grupo Triêro e a Cia. Volta Seca. Encantador ainda, o espetáculo que seguiu o cortejo e o desfile das bandas de fanfarra, esquetes circenses e de teatro de bonecos. À noite, fomos comemorar o aniversário da Leleca (que é amanhã, como meu irmão Mu e meu avô Edgar), a Leleca fez quatro aninhos, a festa foi bem divertida e gostosa, finalmente descansamos de verdade, rimos e cantamos bastante ao som do Adalto, do Cláudio e do ‘back fantástico’ do Smith, Anthony e Pedro. Dia e noite muito bons.

Dia 4 – O primeiro show

Hoje é o dia, primeiro show da turnê. Estamos todos ansiosos! Manhã corrida, muita coisa pra fazer, alguns acordaram cedo, outros, já bem tarde, café da manhã gostoso. Corremos para a Praça São João Batista (Praça da Igreja), como é conhecida pelo povo de Ribeirão Cascalheira. O palco já montado desde ontem, recebeu hoje, ajustes de cenário e de luz, o Fernando (cinegrafista) está gravando cada passo dessa montagem. A praça está cheinha de meninos e adolescentes apresentando poesia e música, pois, hoje é também, o aniversário da cidade. Geovanna fotografa cada momento.

Adalto, Nariel, Uirá e Luciano estão na correria da montagem, Chris na correria do sítio que ainda não ficou pronto, do blog e dos pepinos gerais, Marize, Flávia e Ana Laura nos arremates do cenário e dos figurinos. E eu, escrevo. O Anthony chegou aqui com a Alessandra (Leleca), sua filha, que está linda! Uma entrevista foi marcada com o Triêro e convidados (Smith, Alemão e Volta Seca) para as 15:30h, antes da passagem do som, no mesmo horário, sairei para o depoimento de Dona Frutuosa sobre a história da cidade de Cascalheira, precisamos e estamos fazendo nesta turnê, uma busca pela história, pela memória e pela identidade das cidades pelas quais estamos passando, isso é de extrema importância para o nosso trabalho e para que possamos manter um vínculo de respeito e compreendimento dessas cidades tão próximas, e tão diferentes em um mesmo estado.

As pessoas estão tomando as cores e as formas do que são, como uma luz que brota de dentro e diz: ‘Eu sou assim como sou porque gosto e quero, por prazer!’. A Nariel , por exemplo, pequenina e branquinha, de ascendência ucraniana, só podia ser iluminadora, pela luz clara que ela mesma inspira. O Fernando, de sorriso tímido e poucas palavras, (um típico paulistano no jeito de falar e andar), só podia ser cinegrafista, com seu olhar amplo e captador, já o Tchuca Jr. De ascendência Cherokee ( índios da América do Norte, mais precisamente do Texas nos Estados Unidos), é enorme e de longos cabelos, tem uma voz de trovão e um coração bondoso e derretido, é técnico de som, eu tenho certeza que ele vira urso, ele sempre nega, mas eu sei que vira! E assim todos os outros que irei decifrando com o tempo…

À noite, entre luzes e sombras, o show foi fantástico, apesar do pepino gigante que amargamos: a luz não funcionou. A Nariel, o Adalto e o eletrecista Ronaldo estavam tensos e ralando pra cacete. Os ânimos entraram em polvorosa, todo mundo nervoso, fumando como ‘puta largada’ e quase chorando.
Mas, o espetáculo não pode parar, e eis que de repente, chegam crianças, adultos e adolescentes e a festa foi mais bonita do que imaginávamos, apesar das falhas do primeiro dia, a festa foi linda. As pessoas adoraram, voltamos para casa cansados, mas felizes!

Frases do dia:
Geovanna: Nada como um passo depois do outro.
Karol: Carolho! Que dor é essa?
Pedro: Há sempre uma luz no fim do túnel!
Chris: Pensei que ia “fudê’ tudo!
Luciano: Vou cuspir fogo!
Diogo: De que vale o dinheiro se temos boas amizades?
Nariel: Onde é que eu amarrei meu jegue? Vida de peão né mole não!
Alemão: Tudo bem aqui, e aí, tudo bem? Demora mais pra montar do que pra tocar!
Anthony: Acabo de desenrolar os cabos!
Smith: Quem é meu nome?
Fernando: Tudo é possível!
Uirá: Luz é foda!
Tchuca: Caramba, que calor! Queria que o dia tivesse 48 horas! Pra inveja e olho gordo, trabalho e perseverança!
Adalto: Eu fui pau pra toda obra!
Cezinha: Se chover eu vou chorar!

Dia 3 – A caminho do primeiro show

Mato Grosso tem caminhos encantadores! Sol, céu, matas e uma boiada a perder de vista. Demorou, mas saímos. Fazer carga, arrumar as malas, despedida, saímos para Ribeirão Cascalheira às 10:30h. Adalto, Anthony e Uirá saíram às 8:30h de caminhão. Na kombi, foram Pedro, Diogo, Cezinha, Alemão, Geovana e Luciano. No Uno, Chris, Marize, Ana Laura e eu.

Quente, o calor tá brabo! Chegamos na prefeitura de Água Boa para se saber se estava tudo ok acerca da divulgação do show e da oficina. Verânia, da Secretaria de Educação que foi quem nos atendeu, muito gentil e atenciosa. E seguimos viagem.

Chegando em Ribeirão Cascalheira, fomos à Prefeitura tirar algumas cópias e solicitar eletricista, segurança e mais algum “homem forte” para ajudar a descarregar o caminhão, falamos com Luiz Cláudio e acertamos alguns detalhes para iluminação e montagem do som, que ficou marcada para as 17:00h, o “homem forte” não rolou! Almoçamos na casa da Flávia, filha da Marize e irmã do Anthony.

Ficaremos alojados na Apae, na reunião no local, nos apresentamos aos outros companheiros que ainda não conhecíamos: Nariel, Tchuka Jr., Fernando e Samuel Smith. Na reunião, além das apresentações fizemos a leitura dos procedimentos de trabalho e as atribuições de cada pessoa da equipe.

Depois disso, foi canseira, muito trabalho na montagem da estrutura de metal e do som, a galera ficou até tarde lá. Enquanto isso, a Luiza, a cozinheira da Apae, fez um jantar super gostoso pra gente, eu fiquei com a Vanuza, na Apae mesmo, organizando os colchões e os dormitórios para o pessoal.

À noite, o Triêro tocou na festa de formatura da tia do Anthony, chegamos já tarde, mas foi divertido. Dormimos já tarde, o sítio do Triêro e o blog estão quase prontos.

Frases do dia:
Chris: Agora vai!
Cezinha: Comeeeeeça o jogo!
Smith: Eu vim só pra dizer que não venho!
Pedro: Não espere muitas frases de mim!
Fernando: Não tenho nenhuma na cabeça!
Diogo: Todos somos um!
Uirá: Eu não tenho hemoglobina! (ele quis dizer serotonina, o Uirá é o “hormon man”, jovem adolescente de 17 anos!)
Alemão: Só pude falar hoje a de ontem!
Geovanna: Quem acredita sempre alcança!
Tchuka: Êh, povo doido!

Dia 2 – (um pouco de) Descanso em Nova Xavantina

Hum… que boa noite de sono, dormimos todos na casa da Fatinha. A manhã foi boa e agitada, os meninos deram uma entrevista para o pessoal do Jornal da Cidade, o local do meio-dia do SBT daqui, a TV Cidade. A entrevista foi na casa da Fatinha mesmo, foi boa e descontraída. Depois, fomos dar um mergulho no Rio das Mortes, do ladinho da casa. A tarde ficou para organizarmos tudo e arrematarmos algumas questões para a viagem em grupo. Os meninos ensaiaram com o Alemão.

O Adalto saiu com o caminhão hoje cedinho de Goiânia e chegou às 16:00h.
A noite foi mais agitada, fomos ao aniversário da Iuna na chácara dela, foi uma delícia e tava um friozinho…